Uma (re)colecção de textos de formato e extensão diversos - poesia, crónica, meditações avulsas, anotações diversas, flash fiction, excerptos de contos escritos e por escrever, memórias e auxiliares de memória, orações, manifestos de ciências imaginárias como por exemplo a Monte Cristologia, e outros exemplos de sabedoria e disparate.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Poesia XIV : "Pulsar"
PULSAR
Foi na glória da clausura
De um casulo doce, quente
Que nós nos vimos, frente-a-frente
E viajámos até à loucura.
E, em gestos não calculados,
Dos que não deixam qualquer traço
Fomos aos confins do Espaço
D´onde emergimos, cansados,
Do turbilhão de estrelas,
Explosivo, bruto e crú
Onde, princesa, brilhavas tu
Radiando entre as mais belas.
Perco a minha respiração
Quando te vejo, langorosa
Na tua veste vaporosa,
A desarmar-me o coração ;
E, se na guerra e no amor
É verdade que tudo é justo,
Com paixão pagarei o custo
Morrendo na Arena do Amor
Que é ter-te. Nesta vida breve,
Cheia, vazia, de Vida e de Morte
Somos pois deixados à sorte
Nas baladas que o Destino escreve.
Deixas-me de peito aberto ?
Então entra e fascina-me
Eleva-me ou arruína-me...
...pois o que está infinitamente longe
também pode estar infinitamente perto!
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