quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Carta para Laura e Raimundo - 1

Olá meus queridos E Feliz 2014 ! E porque é que me sinto um hipócrita quando digo isto ? Porque não creio, claro, e porque estou magoado, muito magoado comigo mesmo, como sabeis. Não há nenhum dia que passe que eu não deseje uma mudança no meu estado de espírito, já que não posso mudar o passado então ao menos que mude o futuro, se Deus me conceder essa graça. E, por acaso ou não, ou talvez com algum esforço mas em dúvida com o amor e com a graça de Deus, lá me vou sentindo melhor, mais em paz ; não ando triste nem no permanente holocausto da alma que me faz repudiar tudo e me afunda em abismos de desprazer de viver ; ultimamente tenho, por outro lado, sentido uma grande paz e serenidade (fora alguns momentos de impaciência que talvez até sejam justificados...).Peço perdão, em oração e fora dela ; assisto à Missa e participo na Santa Eucaristia diariamente, e sinto uma paz e um amor enormes. Apetece-me abraçar toda a gente, do mais velho ao mais novo, os doentes, os pobres, os que não sabem defender-se a si próprios ; ah...se eu pudesse (e quisesse) e se tivesse mais fé, quem sabe se não estaria por aí algures uma forma qualquer de consagração religiosa ! É talvez o ponto alto do meu dia. Há outros momentos em que me sinto muito bem, por exemplo quando leio um livro que me esteja a apaixonar, ou quando me deito na cama que tenho a sorte de me darem para me deitar ; desejo e peço para que toda a gente se sentisse em paz, e tivesse uma cama. As coisas mais simples são e serão sempre as melhores, mais que não seja porque são as que tomamos por garantidas, e que acabamos por valorizar com humildade quando perdemos algo na vida que constituía o tapete que tínhamos debaixo dos pés. Tenho que me esforçar mais. Peço a Deus firmeza e constância ; fé e discernimento. Se tiver Fé, nada mais me faltará. Confio totalmente em Deus e no Seu Filho, que me salvaram a vida e me resgataram do que aparentava ser a eterna damnação a que eu mesmo certamente me condenaria ; se eu sofro com o que sou e com quem sou agora, imagine-se em que espécie de Inferno eu não estaria se agora me encontrasse numa cadeira de rodas, ou pior. Seja louvado Deus Nosso Senhor, e o Seu Filho Jesus Cristo Nosso Salvador, o Príncipe da Paz ! Meus caros, tenham esperança. Não creio que valha a pena desesperar por razões e motivos e factores que estejam fora do nosso alcance. Quem tem esperança tem todo o tempo do mundo. Não ambicionemos mais do que aquilo que desejamos, e esta é particularmente para ti, Raimundo ; terás que moderar as tuas ambições de social climber, se é que as tens, às vezes não te conheço ; e tu, minha querida Laura, sabes o que tens a fazer...estou certo de que juntos iremos conseguir, porque somos a Companhia Improvável e somos - literalmente - inseparáveis ! (cont.)

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