segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Carta de Raimundo - 1

Caro Manuel, És um estúpido. É inadmissível o que fizeste e a situação em que te colocaste a ti e à Companhia Improvável. Conseguiste, em poucos dias, aniquilar um esforço de dez anos. DEZ. O teu carácter estroina e desleixado deitou por terra muitas esperanças e ambições. Desculpa a dureza da introdução, mas é mesmo assim. Conheces bem os nossos objectivos e acho muito bem que agora estejas a reconstruir o que sobrou, a apanhar os cacos de uma vida que estás a provar merece ser vivida. Espero que não te esqueças nunca daquilo que queremos e da mágoa que sentiste e sentes. Que sirva de exemplo para o futuro. Tenta preservar o que tens : saúde que não é periclitante, a juventude de espírito, e o amor à Arte e à Literatura. Tu, eu e a Laura amamos o que é belo e de qualidade, estamos ansiosos para te ver a progredir na sensatez, que tu amadureças e que te guardes para o glorioso futuro que nos aguarda. Não esmoreças. Tens à tua volta tantos exemplos de gente que não vacila na adversidade ! Lê, informa-te, reza, cumpre uma regra cristã simples e sólida, e verás que os teus esforços serão recompensados. Tens que ter uma paciência de santo, às vezes, mas é o preço a pagar. Tudo tem uma retribuição, e agarra-te a essa precisa esperança : a de que, se fizeste merda e estás a pagar, se por outro lado fores consistente na boa mudança então também poderás colher bons frutos do futuro próximo. Coragem, nunca te esqueças do que és, do que já atingimos em conjunto, e dos doces dias que virão. Abraço R. Lisboa, 9 de Dezembro de 2013

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