quarta-feira, 11 de junho de 2014

Poesia XVII : DARWINISMO ALQUÍMICO DO ANARCO-INDIVIDUALISMO AMOROSO

"DARWINISMO ALQUÍMICO DO ANARCO-INDIVIDUALISMO AMOROSO" Abandono os mais carentes E deixo-os aos seus cuidados Depois, em passos malfadados, Persigo sonhos indecentes. Sei que é em cantos obscuros Que moram os sonhos mais puros Oiço os deuses, que proclamam Na sua bela língua subtil, Que é no Sublime e no Vil Que bem se aventuram os que amam. Decido ser Zeus e ser Leda, Equilibrado num fio de seda. Ofendi Deus ? Mas saí ileso ! Manipulo indiferenças ! Sei ridicularizar crenças, Mestre na Arte do Desprezo. E, libertando meus instintos, Faço de templos labirintos. Sou livre. Presa e predador, De que me importam convenções, Ou sentimentos e corações, Se eu escarneço do amor ? Montando almas como potros, Digo : odiai-vos uns aos outros. Roubai lugares aos velhinhos ! Tornai espartanas as crianças ! Deixai à porta as esperanças !, Pois o mundo é dos mesquinhos. Não há bem que sempre exista, A Beleza é p´ra quem a conquista. Marcho, glorioso, p´las ruas. As mulheres lançam-me flores São todas elas meus amores E aos meus olhos estão nuas. Aceito o beijo e o abraço ; O mundo é meu, porque o faço. Domino a busca insana. Devorando os relampejos, Dou rédea livre aos desejos Sou Actéon e elas Diana. Se sou dono destes segredos, Por que me escapam p´los dedos ? Por que sei, por que suspeito, Ou vejo o mais importante, Na luz de um breve instante, Colhido no calor do leito ? Porque resides, meu enlevo, Nas trevas em que me atrevo ? Se sou refém deste feitiço Que com tanto amor me detesta, Saberei pois o que me resta : A construção do que cobiço. Farei do amor devassidão, E da tortura exaltação. Guardo num cofre meus tesouros : Gavetas cheias, de omissões, De ar, de boas intenções, E de cabeças de guerreiros mouros. Na luta da sobrevivência, A victoria chama-se ausência. * Sacudo culpas como uma pulga Ergo taças de impunidade ; Fabricando a minha Verdade, Sou o casuísta que me julga. Sou ambos os esponsais da Alquímica Boda. E o Amor ? Sinceramente, que se foda. " El Desdichado 2014

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